quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Osasco terá o maior helicentro do País

Estrutura contará até mesmo com frequência própria de rádio; intenção é fornecer serviços de hangaragem e manutenção aos helicópteros locais

São Paulo

A capital paulista é, hoje, a única cidade do mundo que possui um controle de tráfego aéreo exclusivo para helicópteros. Isto reflete a enorme frota de aparelhos deste tipo registrados na metrópole (420 aeronaves) e a força do serviço de táxi aéreo paulistano, que se dá via helicópteros e cresce 20% ao ano. Diante disto a Helibase, do empresário Cesar Parizotto, está investindo R$ 75 milhões na construção do maior centro de hangaragem e manutenção de helicópteros do País: o HBR. O complexo, que deve ficar pronto em junho de 2013, ocupará 52 mil m² (18 mil de área construída) às margens da Rodovia Anhanguera, na cidade de Osasco (SP), divisa com a capital paulista. A aposta de Parizotto no setor, por sinal, vai além das fronteiras do estado: “Cogitamos erguer filiais nos mesmos moldes em Salvador e Rio de Janeiro, outras duas metrópoles onde o tráfego de helicópteros vem crescendo com força”.


A expectativa é que 40% da receita do HBR venha de serviços de hangaragem (ou seja, da cessão de espaço para que as aeronaves fiquem pousadas quando não estiverem em uso) e 60% da manutenção destes equipamentos. “O crescimento do setor está mais acelerado do que a infraestrutura hoje oferecida pelo mercado”, observa Parizotto. “Em outras palavras, da mesma forma que faltam estacionamentos para automóveis nas cidades, faltam também espaços para os helicópteros ficarem. Nosso foco é suprir esta demanda”. O complexo terá certificações para fornecer suporte a helicópteros das fabricantes Agusta, Eurocopter, Sikorsky, Bell e Robinson. Também ocorrerá ali a venda de aeronaves. O local contará até mesmo com uma frequência própria de rádio para coordenar as operações internas.

Polêmica

A construção do HBR vem sendo objeto de um debate acirrado nos últimos meses. Tudo gira em torno do destino que será dado ao complexo. Moradores de bairros vizinhos ao empreendimento temem que a ida e vinda de helicópteros que o mesmo trará gere poluição sonora e ambiental à região. A alegação é que a construção de um heliporto na área não foi autorizada pelo poder público, em especial um do tamanho do que está sendo erguido em Osasco.

Parizotto defende sua posição: “Não estamos fazendo um heliporto, estamos fazendo um helicentro — um complexo para guarda e manutenção de helicópteros”, enfatiza ele. “Heliportos cobram pelo embarque e desembarque de passageiros, bem como pelo pouso e decolagem das aeronaves. Nós não vamos fazer nem uma coisa, nem outra.” O executivo ressalta que o HBR ocupará uma zona industrial, com poucas habitações em seu entorno próximo. O empresário afirma ainda que o HBR estará, quando pronto, totalmente de acordo com os parâmetros autorizados pelo poder público.

Recorde em Goiás

A frota de helicópteros nacional mais do que dobrou de 2001 até o momento presente. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reportam que existiam 897 helicópteros no Brasil em 2001 — sendo que, até agosto último, tal número havia chegado a 1.814 aparelhos. Estados que não contavam com nenhum aparelho voando em 2001 — Amapá, Piauí e Sergipe — agora já têm 1, 7 e 5, respectivamente. Em 2012 também o Acre ganhou o seu primeiro helicóptero. São Paulo permanece líder na frota de aparelhos do tipo no País: são 668, 60% a mais do que em 2001. O Rio, logo atrás, conta com 403 helicópteros cruzando seus ares. Por fim, das unidades da Federação que já tinham alguma frota 11 anos atrás, o crescimento mais impressionante ocorreu em Goiás: de 7 para 45 helicópteros, um aumento de 542%. Só na capital paulista acontecem cerca de 500 operações (pouso e decolagem) de helicópteros por dia.

Pilotos

O uso deste tipo de aparelho não é barato. O aluguel de um hangar que guarde a aeronave pode custar algo entre R$ 5.000 e R$ 20.000 por mês. Grandes empresas e meios de comunicação, como redes de TV, são as maiores usuárias deste tipo de equipamento na iniciativa privada. Pelo lado do governo, órgãos de segurança pública, como as polícias civil e militar, empregam com frequência tais aeronaves.

A formação de pilotos para os aparelhos também é uma indústria florescente no País. Em média, pouco mais de 300 licenças para piloto comercial de helicóptero (PCH) foram emitidas no País ao ano nos últimos três anos. 

Pré-sal

Ao final de 2011, a frota brasileira de aeronaves convencionais, turboélices, jatos e helicópteros totalizava 13.094 aparelhos, segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Especificamente em se tratando de helicópteros, existe a expectativa que a exploração das reservas de petróleo do pré-sal pela Petrobras na costa brasileira eleve ainda mais a demanda por tais aparelhos.

O Brasil conta até mesmo com produção local de helicópteros, feita pela Helibras em suas instalações em Itajubá (MG). A companhia é coligada à Eurocopter. “E acredito que não demorará muito para que uma segunda empresa do setor queira instalar uma base fabril no Brasil, provavelmente visando a atender à demanda de toda a América do Sul por helicópteros”, aposta Parizotto, confiante na atividade.

Fonte: DCI - Imagem via axionconstrucoes.wordpress.com

Um comentário:

Unknown disse...

A verdade que o Sbt não mostrou
http://www.youtube.com/watch?v=JQFhnFE-sus