quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ainda é possível um avião desaparecer sem deixar rastro?

"Não há uma solução milagrosa para resolver o rastreamento dos aviões", confessa presidente da IATA.


Ainda está na memória de todos o desaparecimento do MH370, avião da Malaysia Airlines que desapareceu sem deixar rasto em março do ano passado. Má notícia: "não há uma solução milagrosa"; boa notícia: há muito a fazer pelas companhias aéreas e fabricantes de aviões.

Desde o desaparecimento, a 8 de março deste ano, que a IATA, Associação Internacional de Transporte aéreo, juntou uma equipa de peritos para avaliar o que está a correr mal na forma como se localizam e acompanham os aviões que estão em terra ou no ar.

E, depois de um trabalho intenso e exaustivo, estes especialistas perceberam que há dois aspectos fundamentais a resolver pela indústria da aviação a curto prazo: evitar que os dispositivos de localização instalados nos aviões possam ser desligados e garantir um acompanhamento sistemático por satélite.

Este tipo de ferramentas, entre outras, são para a IATA prioritárias e por isso a Associação apelou à organização internacional de aviação civil (ICAO) para que force as companhias aéreas e fabricantes a estabelecerem novas regras de tracking para que, em 12 meses, seja possível evitar um novo MH370.

"Sem especular sobre o que aconteceu, é importante redesenhar os sistemas de segurança dos aviões para garantir que os transmissores não podem ser desligados", sublinhou hoje em Genebra Tony Tyler presidente da IATA, temendo que 12 meses seja pouco tempo para tamanhas mudanças.

É que neste momento ainda "não há uma solução milagrosa para resolver o rastreamento dos aviões", confirmou o responsável.

Em todo o caso, que não haja dúvidas: "voar é seguro" e a prova disso mesmo é que todos os dias voam sem quaisquer problemas 100 mil aviões pelos céus terrestres. Além disso, nos aviões construídos no Ocidente o registro é de um acidente por cada 4,5 milhões de voos. O caso dos membros da IATA, onde também se inclui a TAP, a percentagem é menor: um acidente por cada 6,7 milhões de voos.

O recado fica, no entanto, para as empresas que operam neste setor: "a aviação apenas é sustentável se as pessoas confiarem na segurança do sistema".

Fonte: Dinheiro Vivo (Portugal)

Um comentário:

acjacques disse...

Acho inconcebível que até hoje aviões não tenham obrigatoriamente um sistema de rastreio de posição GPS em tempo real. Esta tecnologia já esta consagrada e em pleno uso por embarcações e veículos terrestres. Alem da posição geográfica o GPS também calcula e informa a altitude e a velocidade. Sabemos que aviões muitas vezes entram em áreas fora de cobertura de comunicações convencionais por rádio, mas neste caso o sistema funcionaria por satélite. Comunicações satélite são ainda caras mas certamente economizariam centenas de milhões de dólares em buscas sem falar na possibilidade de salvar vidas e minimizar o sofrimento de parentes considerando que o resgate poderia ser iniciado até antes mesmo de um acidente ocorrer, já que o sistema alertaria as bases em terra de qualquer desvio de rota e altitude. Sequestros com desvio de rota, pousos forçados, e acidentes seriam reportados imediatamente e mesmo que o sistema fosse destruído no evento saberíamos com maior precisão a última localização. A aeronáutica está pelo menos uma década atrasada...