domingo, 27 de julho de 2014

Veja 10 curiosidades sobre aviões

1 - Como um avião se mantém no ar?



Para entender como um avião se mantém no céu é preciso conhecer um pouquinho de física. A resposta está na diferença de pressão. O coordenador-geral do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-GO, Raul Francé, explica: 'imagine um filete de ar dividido em dois a partir do primeiro contato com a asa da aeronave. Uma parte passa por baixo, outra, por cima. A parte que passa por cima, onde a asa tem uma curva, tem menos partículas de ar e demora mais para chegar ao final. Assim, a pressão será maior onde há mais partículas, ou seja, na parte inferior da asa, empurrando o avião para cima. Só isso!', brinca o ex-comandante. Mas não é só isso, não. Francé complementa: 'quando a aeronave começa a correr e atinge cerca de 100 nós (ou 185,2 km/h), a asa começa a puxá-la para cima. E mais uma coisa: você puxa o 'nariz' da aeronave para cima e o manche para trás. O ângulo de ataque da asa fica maior, e o avião ganha mais sustentação ainda. O motor é para manter velocidade.'

2 - Como funcionam as caixas pretas?



Essa é mais simples de entender: são caixas metálicas que envolvem, cada uma, dois sistemas eletrônicos diferentes. Uma grava o áudio da cabine, de vozes ao som ambiente, com capacidade para até duas horas, que vão sobrepondo-se até um evento violento, como um acidente, acontecer. Outra registra os parâmetros de voo: altitude do avião, velocidade e manobras, por exemplo. E essas caixas, na verdade, são da cor laranja, de visibilidade muito maior no caso de estarem perdidas em uma floresta, entre destroços ou no mar. As duas costumam ficar separadas uma da outra, mas ambas, normalmente, estão na parte traseira do avião, localização que, estatisticamente, garante mais segurança, de acordo com o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Hildebrando Hoffmann. Revestidas por liga de alumínio, internamente elas têm um bloco muito robusto feito de titânio ou aço inoxidável que protege as memórias, e resistem a impactos de até 34 toneladas, temperatura de até 1.100°C por 30 minutos e submersão de até 5 km.

3 - Qual a maior altura que um avião pode voar?



De acordo com o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Hildebrando Hoffmann, aeronaves comerciais podem voar a até 42 mil pés (ou 12,6 km). Contudo, o normal é que fiquem em torno dos 40 mil pés. Aviões executivos, que são menores e normalmente particulares, podem ir a 46 mil ou, com menos frequência, a até 50 mil pés (15,2 km). O coordenador-geral do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-GO, Raul Francé, lembra que existem aviões militares que podem ir além desse limite. ‘Para subir mais, tem que ser mais leve para que se gaste menos combustível, pois é preciso bastante para garantir potência ao motor’, explica Francé.

4 - Qual o maior avião do mundo?



É o russo Antonov An-225, da fabricante de mesmo nome, e que esteve pela primeira vez no Brasil em 2010, transportando cargas pesadíssimas para uma refinaria da Petrobrás. O maior cargueiro do mundo tem 84 m de comprimento e 88 m de envergadura. Para se ter uma ideia, se adaptado apropriadamente, poderia transportar 1,5 mil passageiros. O maior avião comercial em funcionamento hoje, o Airbus-380, pode transportar até 853 pessoas.

5 - Por que aviões costumam ser brancos?



Não existe nenhuma orientação oficial ou explicação científica. A decisão da pintura é da empresa. Por questões de ordem prática, é mais fácil e barato usar a branca. Uma pintura branca em um Boeing 767 custa entre US$ 100 mil e US$ 120 mil. ‘Outras mais complexas, como as aeronaves da Azul, com aquela bandeirinha cheia de cores, custam mais. Mas o preço depende muito do modelo e dos detalhes’, diz o gerente-geral de manutenção da TAP em Porto Alegre, Antonio Augusto de Azevedo Eick. Há empresas como a American Airlines que preferem apenas o polimento, que deixam o avião com aparência prateada. Além de razões estéticas, econômicas e sustentáveis (o descarte da tinta na hora da remoção para uma repintura é um problema), essa decisão evita que o avião ganhe mais peso: para pintar um Boeing 767, usa-se cerca de 400 kg de tinta. Se compararmos com seu peso total, 105 toneladas, não parece muito, mas pense que isso pode representar cinco passageiros a menos, se considerarmos um peso médio de 75 kg.

6 - Qual foi o pior acidente?



Foi em 27 de março de 1977, quando dois Boeing 747, um da holandesa KLM e outro da norte-americana PanAm, se chocaram no Arquipélago das Canárias (Espanha), provocando a morte de 583 pessoas. Ambos teriam como destino o Aeroporto Las Palmas, na ilha Gran Canária, mas um ataque terrorista fez com que fossem desviados para o pequeno Los Rodeos, na Ilha de Tenerife, que, como consequência, acabou lotado neste dia. A falha na comunicação entre as cabines e a torre foi um dos motivos para o choque. Enquanto o jumbo holandês iniciava a decolagem, o avião norte-americano taxiava na pista principal. Como havia muito nevoeiro, os pilotos só perceberam que o choque era iminente tarde demais. O comandante americano ainda tentou manobrar, ao mesmo tempo em que o holandês tentou subir antes da hora. Tudo em vão. A aeronave da KLM elevou-se alguns metros do solo, mas seguiu arrastando a cauda na pista e acabou acertando a fuselagem superior do PanAm com os trens de pouso e a barriga. O avião holandês explodiu, matando todos os ocupantes. No outro, que ficou dividido em três partes e pegou fogo, algumas pessoas conseguiram escapar.

7 - Um raio pode derrubar um avião?



Nunca na história da aviação aconteceu isso, garante o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Hildebrando Hoffmann. ‘O raio pode até provocar perda de determinados sistemas, até uma ponta de asa, mas derrubar, não’, afirma. Enquanto você estremece na poltrona com a tempestade lá fora, tem gente que até se diverte na cabine, como o coordenador-geral do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-GO, Raul Francé. ‘Eu já levei tantos raios na minha cara que até esqueci. Ele bate no bico do avião, se espalha todo, ouvimos o barulho e até achamos graça’, conta o professor, que foi piloto por 27 anos. Segundo ele, aviões são acertados por raios o tempo todo. Portanto, não se preocupe!

8 - Onde é mais seguro viajar?



Poucos especialistas respondem a esta pergunta com certeza. O diretor do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-GO, Raul Francé, não se arrisca: ‘dependerá muito do acidente. Muitos especialistas dizem que é perto da cauda, mas se você bate a cauda, daí não é seguro’, comenta. Um estudo da Universidade de Greenwich, em Londres, analisou 105 acidentes e entrevistou cerca de 2 mil sobreviventes que escaparam de incêndios a bordo ou pousos mal sucedidos. De acordo com a pesquisa, os lugares mais seguros são as poltronas do corredor e das cinco filas mais próximas de alguma saída, o que é simples de justificar justamente pela facilidade de sair de dentro do avião. Apesar dos resultados, o estudo mostrou ainda que é preciso considerar o comportamento das pessoas durante emergências, que normalmente não obedecem a instruções da cabine, acabam procurando a saída mais próxima e tendem a atitudes egoístas, como saltar pelas poltronas e ‘furar’ a fila da saída - com exceção daqueles que têm familiares ou amigos a bordo, que costumam ser solidários.

9 - Qual a pista mais perigosa no Brasil?



‘O Santos Dumont é terrível’, diz o coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Hildebrando Hoffmann. Com uma pista de aproximadamente 1,3 km de comprimento, o aeroporto carioca é famoso pela dificuldade que impõe aos pilotos. ‘É uma extensão curta para os aviões que operam ali, como o A-320, por exemplo. Precisa ter treinamento especial para pousar lá, não pode ser um piloto acostumado só com outros aeroportos. Os aviões que operam lá trabalham no limite’, ressalta Hoffmann. 

10 - Como será o avião do futuro?



Ainda mais rápido. Que tal ir de Paris a Tóquio em duas horas e meia, um quinto do tempo que leva um voo direto hoje? Em 2050, será possível. Anunciado neste ano no Salão Aeronáutico de Le Bourget, na França, o ZEHST (sigla em inglês para Transporte de Alta Velocidade de Zero Emissão) é um avião hipersônico, com emissão zero de dióxido de carbono e que vai voar fora da atmosfera. O grupo aeroespacial EADS, dono da fabricante de aviões Airbus, estima que em 2020 já seja possível fazer uma demonstração para que, 30 anos depois, o ZEHST voe comercialmente, transportando até 100 pessoas. ‘Haverá três tipos de motores: um para decolar, como já se tem hoje, outro como o de um foguete, para subir até a estratosfera, e um terceiro para fazer pequenos movimentos e preparar a reentrada na atmosfera. Lá em cima, o avião vai desligar seus motores, sem gastar combustível, voando como um planador, enquanto a Terra segue andando’, explica o coordenador-geral do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-GO, Raul Francé. 

Fonte: Terra - Fotos: Getty Image / Divulgação

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