quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Força Aérea usará aviões não tripulados na segurança da Copa do Mundo de 2014

Avião não tripulado da Força Aérea realiza voo experimental no Rio Grande do Sul

A FAB (Força Aérea Brasileira) irá utilizar aviões não tripulados no auxílio das ações de segurança e vigilância durante a Copa das Confederações no ano que vem e na Copa do Mundo de 2014. O Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado), ou ARP (Aeronave Remotamente Pilotada), como a aeronave é conhecida, é um pequeno avião pilotado por "controle remoto" utilizado no Brasil desde 2011 em missões de reconhecimento e inteligência nas áreas de fronteira. Em outros países, como Israel, a ARP é utilizado também em missões de ataque com mísseis, mas os modelos da FAB não carregam armas, apenas equipamentos de vigilância.

Hoje o Brasil possui três ARPs israelenses do modelo Hermes 450, dois da FAB e um da Polícia Federal. As aeronaves são equipadas com sistemas eletro-ópticos capazes de localizar e acompanhar alvos tanto de dia quanto de noite. São câmeras infravermelhas, equipamento de visão noturna, rastreamento e filmagem em alta definição coloridas, com grande capacidade de aproximação do solo nas imagens capturadas. É possível, por exemplo, filmar pessoas à noite ou escondidas sob a copa de árvores. Outra vantagem é que a aeronave pode fazer isso a uma distância onde se torna impossível de ser vista ou escutada.


O Hermes 450 pesa 450 quilos, tem seis metros de comprimento e 10 metros de envergadura (da ponta de uma asa à outra). Voa a 110 quilômetros por hora e chega a 5,5 mil metros de altitude. A aeronave aguenta 150 quilos de carga e pode embarcar vários sensores simultaneamente.

Rio+ 20

De acordo com a FAB, as ARPs podem cumprir missões de busca, controle aéreo avançado, reconhecimento e Garantia da Lei da Ordem, dentre outras. As ARP têm autonomia para voos de até 16 horas e as tripulações em terra, além de não ficarem expostas às ameaças, podem se revezar durante as missões. Os dois aviões da FAB foram adquiridos por R$ 48 milhões, valor que inclui também uma estação de pilotagem em solo, sensores e apoio logístico.

A utilização da ARP no auxílio da segurança em grandes eventos foi testado pela primeira vez no país durante a Rio+20, conferência sobre o meio ambiente que reuniu chefes de Estado do mundo inteiro no Rio de Janeiro, em julho deste ano. Na ocasião, a aeronave realizava voos de vigilância sobre o centro de convenções que abrigava os eventos. A FAB repassava as imagens e informações colhidas à central que coordenava todas as ações de segurança do evento.

Segundo o Ministério da Defesa, os aviões podem ser utilizados durante a Copa das Confederações, no ano que vem, e na Copa do Mundo de 2014. A aeronave deve ser utilizada, por exemplo, para ajudar na vigilância nas cidades-sede em dias de jogos importantes, com a presença de chefes de Estado, em partidas de abertura e nas finais dos campeonatos, além de eventuais ações de contraterrorismo.

Em tempo real

A FAB repassará em tempo real as imagens e informações obtidas pela aeronave ao Centro Integrado de Comando e Controle, que coordenará as ações de segurança entre Forças Armadas, polícias estaduais e federal e outras instituições durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014. Na Copa do Mundo, serão 12 centros de controle, um em cada cidade-sede, além de um nacional.


De acordo com a assessoria de imprensa da FAB, o uso da ARP durante a Rio+20 foi considerado um sucesso e as aeronaves estão prontas para prestar apoio à realização de qualquer outro grande evento. A FAB informa que a missão original do equipamento são missões de defesa do território nacional, como vigilância das fronteiras. E que o deslocamento da aeronave para o apoio nas competições futebolísticas depende de requisição formal do governo federal, que ainda não foi oficializada. Apesar disso, oficiais da FAB ligados ao assunto afirmam que o uso das ARTs nestes eventos está garantido.

Foi criada uma equipe específica para a operação dos aviões não tripulados, o Esquadrão Hórus, em Santa Maria (RS). Segundo a FAB, há planos para que novas unidades sejam adquiridas e esquadrões criados nos próximos anos em bases aéreas nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacional também desenvolve, em parceria com a empresa Avibrás, um projeto nacional de ARP.


Fonte: Aiuri Rebello (UOL) - Fotos: Divulgação/FAB

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