domingo, 28 de outubro de 2012

Webjet tem a frota de aeronaves mais antiga do país

Idade média dos aviões é de 20 anos, contra sete anos da TAM e sete anos e meio da Gol

A Webjet é a empresa com a frota mais antiga do país, entre as principais companhias aéreas brasileiras que operam voos regulares de passageiros. A empresa tem 20 aviões, sendo a maior parte do modelo 737-300, cuja idade média é de 20 anos. A frota da TAM tem idade média de sete anos e a da Gol, de sete anos e meio. A frota da Azul é a caçula, com apenas dois anos de idade. Na quarta-feira, um avião da Webjet que saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio, com destino a Brasília, sofreu despressurização a cerca de meia hora da chegada ao destino final, assustando os passageiros, que tiveram que usar máscaras de oxigênio.

O tempo de vida dos aviões da Webjet é o dobro da idade média da frota nacional, de nove anos, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No entanto, a empresa, comprada pela Gol em julho de 2011, está renovando toda sua frota. Os 737-300 estão sendo gradualmente substituídos pelos 737-800, modelo mais moderno usado pela Gol. Ambos são fabricados pela americana Boeing. No exterior, aviões antigos são uma rotina. Na American Airlines, por exemplo, a idade média da frota é de cerca de 15 anos.

De acordo com especialistas, o tempo de vida do avião é menos importante que a manutenção. A idade limite de uma aeronave tem relação com os ciclos — um ciclo corresponde a uma decolagem e um pouso — que ela executa. O ideal, explica Carlos Camacho, especialista em segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, é que não passe dos 40 mil ciclos, o que costuma ocorrer quando o avião chega a 25 a 30 anos.

— O problema é quando se tem aviões velhos e pouco investimento em manutenção, o que acontecia com a Webjet antes de ela ser comprada pela Gol — diz ele.

Equipamento era de 1990

Segundo relatos dos passageiros que estavam no voo 6796 da Webjet, em que houve a despressurização, a aeronave estava a 34 mil pés e teve que descer rapidamente para 10 mil pés, nível em que seria possível retirar as máscaras e as pessoas pudessem voltar a respirar normalmente, sem riscos. O avião, que decolara no fim da tarde, aterrissou no aeroporto Juscelino Kubitschek por volta das 20h10m, sem vítimas.

Nas bolsas de plástico ligadas às máscaras estavam gravadas informações sobre o equipamento, como número da peça, número de série e que foram fabricadas na Califórnia em julho de 1990. Algumas mangueiras de borracha que deveriam ser transparentes apresentavam coloração quase marrom, denunciando a idade do equipamento. Ainda segundo relatos dos passageiros, o interior do avião apresentava sinais aparentes de deterioração, com acabamentos soltos e peças mal encaixadas.

Após o incidente, alguns passageiros relataram ter sentido um forte desconforto nos ouvidos, mas ninguém chegou a passar mal. A Gol informou “que a aeronave teve uma sinalização num de seus sistemas” quando se aproximava do destino final. “O comandante imediatamente realizou as ações previstas e, por razões de segurança, as máscaras de oxigênio foram acionadas”, disse. A aeronave permanecerá no Distrito Federal até que sejam finalizadas as inspeções de manutenção.

Fonte: Sergio Fadul e Danielle Nogueira (O Globo)

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