segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vôo 1907: familiares marcam 2 anos com protesto



Familiares e amigos de vítimas da tragédia com o vôo 1907 da Gol realizaram um protesto no aeroporto de Brasília para marcar os dois anos do acidente, ocorrido em 29 de setembro de 2006. O segundo maior acidente áereo brasileiro matou 154 pessoas. Carregando faixas com os dizeres "vôo 1907: dois anos de impunidade, as famílias continuam desamparadas, queremos justiça", os manifestantes distribuíram rosas brancas para as pessoas que circulavam pelo Aeroporto Juscelino Kubitschek.

O vôo 1907 da empresa aérea Gol saiu de Manaus e ia para Brasília quando se chocou no ar com o jato Legacy. Ao contrário do que aconteceu com o avião da Gol, o piloto Joe Lepore e co-piloto Jean Paladino conseguiram pousar o Legacy.

Os parentes reclamaram da impunidade e do fato de os dois pilotos americanos ainda não terem recebido nenhum tipo de punição. Para a funcionária pública Eulália Carvalho, que perdeu o marido no acidente, o governo brasileiro foi omisso ao permitir que os pilotos americanos retornassem aos Estados Unidos.

"Não sei por razões políticas ou diplomáticas, mas nos não pudemos contar com o apoio do governo. O governo abandonou 154 famílias e liberou os dois pilotos", disse Eulália.

Lepore e Paladino ficaram cerca de 10 semanas retidos no Brasil por conta das investigações à época do acidente. A Justiça liberou a volta dos pilotos aos Estados Unidos depois que eles assinaram um documento em que se comprometiam a voltar ao País quando forem requisitados.

Fonte: Terra - Vídeo: Globonews

Cargas evitam prejuízo maior a aéreas nacionais

Em 2007, atividade faturou 26,8% mais que no ano anterior.

Como um todo, setor aéreo brasileiro teve resultado ruim.


Apesar do mau resultado do setor aéreo brasileiro como um todo em 2007, o segmento de carga, especialmente o internacional, demonstrou forte expansão ante 2006. O aumento no movimento de importações no ano passado tem sustentado a expansão nessa atividade que, apenas no ano passado faturou 26,8% mais que no ano anterior, segundo dados do anuário estatístico da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A influência do dólar baixo em relação ao real foi o fator predominante para o resultado do segmento de cargas, uma vez que, na parte doméstica, houve retração nos negócios. A receita no transporte de cargas nacionais recuou 5,15% entre 2006 e 2007, para R$ 767 milhões.

Essa retração foi mais que compensada, porém, pelo resultado das operações de carga internacional, cuja receita aumentou 72% no período. O ganho total das empresas aéreas de carga com a atividade internacional pulou de R$ 572,8 milhões em 2006 para R$ 985,4 milhões no ano passado.

Resultado promissor

O resultado foi tão promissor que, desde o final do ano passado, apesar do aumento no custo dos combustíveis, empresas aéreas e mesmo governo, através da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), têm investido na ampliação de suas operações de carga.

Do lado das companhias aéreas, a TAM inaugurou um novo terminal de cargas no aeroporto de Manaus enquanto a ABSA, maior operadora nacional dedicada a cargas aéreas, sinaliza a compra de novos aviões. Do lado da Infraero, novos investimentos têm sido feitos nos principais aeroportos de carga da rede, como o próprio terminal de Manaus, além de Viracopos (Campinas), Galeão (Rio de Janeiro), entre outros.

A expansão na receita de cargas evitou que o prejuízo da indústria aérea fosse maior no ano passado, indicam os números da Anac. Isso porque, embora esse segmento tenha registrado expansão de 26,8%, houve queda de 4,7% na receita com passageiros e de 29,7% nos ganhos com fretamentos. No caso desses últimos, a retração é reflexo direto do fim das operações da BRA e da suspensão de alguns vôos deste tipo pela OceanAir.

Fonte: Valor OnLine

China acelera programa de aviões comerciais de grande porte

A China acelerou seu programa de aviões comerciais de grande porte, intensificando o investimento de companhias do setor aeronáutico em capacidade de produção.

A Chengdu Aircraft Industrial vai investir 600 milhões de yuan em um parque fabril aeronáutico na região. A unidade deve estar completada até 2010. No local, deverão ser fabricados o nariz e partes anteriores da fuselagem de aviões de grande porte.

Outra intenção da empresa é fabricar no local portas de embarque, saídas de emergência e portas de trens de pouso para o mercado doméstico e exportação.

As empresas Shenyang Aircraft e Xi´an Aircraft planejam investir, respectivamente, 3,6 bilhões de yuan e 6 bilhões de yuan em novas fábricas em suas regiões de origem.

Todas essas companhias são subsidiárias da estatal AVIC, que também detém participações nas companhias Shaanxi e Harbin - esta última em parceria com a brasileira Embraer. A AVIC é fruto da união das duas fabricantes do setor do país, a AVIC I e a AVIC II, que se uniram no início de setembro deste ano.

Fonte: Valor Online, com agências internacionais

Ajuizada no Brasil ação contra empresas dos EUA envolvidas no acidente da Gol

Acidente que ocorreu em setembro de 2006 deixou 154 mortos.

É a 1ª ação no país contra as empresas americanas, segundo advogado.


Dois anos depois do acidente do vôo 1907 da Gol, que matou 154 pessoas, foi ajuizada nesta segunda-feira (29) no Brasil a primeira ação contra as empresas norte-americanas envolvidas no acidente.

O advogado Leonardo Amarante entrou com a ação de indenização contra as empresas americanas envolvidas no acidente no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, representando a família de uma das vítimas do acidente. São réus no processo as empresas Honey Well, fabricante do transponder, Excell Air, dona da aeronave, além dos pilotos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore e a própria Gol.

“Apenas uma família entrou no processo. Estamos em fase de negociação com a Gol, muitos parentes querem fechar o acordo, mas essa família não aceitou a proposta da empresa, por isso ajuizou a ação”, afirmou Amarante ao G1.

Segundo Amarante, é a primeira ação no Brasil que envolve as empresas norte-americanas, pois geralmente os processos eram apenas contra a Gol. “Havia uma certa impunidade em relação aos pilotos americanos, que estavam escapando de tudo. Agora, eles também vão ser atingidos como réus”, diz o advogado.

De acordo com Amarante, a Justiça norte-americana deve julgar um recurso até janeiro de 2009, que discutirá se o processo deve correr no Brasil ou nos EUA. “Almejamos que o processo seja julgado lá”, afirma.

Processo Criminal

O advogado considera positiva a decisão do juiz federal Murilo Mendes que decidiu dar continuidade ao processo criminal antes de ouvir os pilotos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore. A decisão é baseada em uma alteração do Código de Processo Penal, que foi concluída em agosto.

“Essas reformas são positivas. Tudo que acontece no sentido de dar agilidade ao processo penal é valido. Essas mudanças ajudaram a destravar o processo que estava parado”, diz Amarante.

Acidente

No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos.

O Boeing caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar em uma base aérea no Sul do Pará. Os sete ocupantes do jato sobreviveram.

Foi o segundo maior desastre aéreo do país em número de vítimas. Em julho do ano passado, mais um acidente chocou o Brasil. Durante pouso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um avião da TAM não conseguiu frear e bateu no prédio da TAM Express, causando a morte de 199 pessoas.

Fonte: G1

Nasa adia indefinidamente missão de reparos do telescópio Hubble

Satélite teve problemas de comunicação com o solo no fim de semana.

Agência espera conseguir conduzir a missão em fevereiro de 2009.


Na foto, o Telescópio Espacial Hubble em órbita da Terra

A Nasa convocou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (29) para comunicar o adiamento, sem prazo definido, da missão do ônibus espacial para reparar e atualizar, pela quarta vez, o venerável Telescópio Espacial Hubble.

A decisão veio depois da detecção de problemas, no fim de semana, para que o satélite transmitisse seus dados científicos para a Terra. Os astronautas que estavam treinando para a missão também estavam atrasados em seu cronograma, a despeito de o ônibus espacial Atlantis já estar na plataforma, para decolar no dia 14.

"É claro que o [vôo em] 14 de outubro está totalmente descartado", disse John Shannon, diretor do programa dos ônibus espaciais. "O adiamento é indefinido, mas a missão poderia ser conduzida em fevereiro próximo."

Com os problemas, aumentam os temores de que o Hubble esteja mesmo perdido. Sem missões de atualização a cada cinco ou seis anos, as peças que ajudam o satélite a ser apontado para os objetos que ele observa acabam falhando. E se o número de falhas crítico acontece antes de reparos, fica impossível controlar o satélite para que o ônibus espacial se encontre com ele.

Enquanto isso, a Nasa também corre contra o tempo para concluir a construção da Estação Espacial Internacional e aposentar a frota de ônibus espaciais até 2010, conforme diretriz estabelecida pelo presidente George W. Bush. Mas nem isso está garantido; a pedido dos candidatos à Casa Branca, a Nasa já estuda a hipótese de manter os veículos operando além da data-limite imposta pelo plano de Bush.

Fonte: G1 - Foto: NASA

Embraer adia entrega de 4 aviões

A Embraer vai adiar por prazo ainda não definido a entrega de quatro aviões, prevista para 2009. O impacto será muito pequeno para uma companhia cuja meta é vender cerca de 200 aviões no próximo ano, mas é um efeito concreto da crise financeira internacional em uma das maiores empresas brasileiras. Por enquanto, não há mudanças nas entregas de aeronaves previstas para este ano.

Segundo Antônio Luiz Pizarro Manso, vice-presidente executivo de relações com investidores da Embraer, o atraso ocorre a pedido dos clientes, que enfrentam problemas para financiar as aquisições no prazo, por conta da escassez de crédito no mercado externo. A empresa, que não divulga o valor das transações ou o nome dos clientes, informa que se tratam de jatos comerciais para diferentes destinos: dois para os EUA, um para a Austrália e um para a Europa.

" A Embraer não está imune a crise, mas preparada para enfrentá-la " , disse Manso. A empresa, segundo ele, mantém reservas expressivas em caixa para minimizar a necessidade de captação de recursos. Os adiamentos abrem espaço para atender novos clientes ou antecipar entregas previstas para 2010.

No ano passado, a Embraer entregou 169 jatos, o maior volume da história da empresa. A previsão está entre 195 e 200 aeronaves este ano e entre 195 e 205 em 2009. Esses dados não incluem o novo jato executivo da companhia, o Phenon. A Embraer deve entregar entre 10 e 15 jatos doe modelo este ano e entre 120 e 150 em 2009.

A Embraer exporta 97% do que produz e seus embarques têm impacto na balança comercial. De janeiro a agosto deste ano, a empresa embarcou US$ 3,5 bilhões, alta de 49% em relação a igual período do ano anterior.

Fonte: Raquel Landim (Valor Econômico)

Avião de premier francês evitou por pouco colisão com outra aeronave

O avião em que o primeiro-ministro francês François Fillon viajava no domingo teve que realizar uma manobra de urgência para evitar uma colisão com um avião de turismo, informou nesta segunda-feira a equipe do chefe de Governo.

O avião Falcon 900 do premier voava de Angers (oeste) ao aeroporto militar de Villacoublay, ao sul de Paris, quando evitou por muito pouco a colisão com um avião que estava fora de sua rota.

Fonte: France Presse

Embraer diz que aéreas enfrentam dificuldades de financiamento

Presidente diz que opções de financiamento de clientes estão escassas.

Companhia não recebeu nenhum pedido de cancelamento.


A Embraer, terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, informou nesta segunda-feira (29) que as companhias aéreas estão enfrentando dificuldades de financiamento diante da crise mundial de crédito. Apesar disso, nenhuma empresa cancelou pedidos com a companhia brasileira.

"Vemos sinais de que as opções de financiamento dos clientes estão ficando escassas. Mas até agora não tivemos impacto direto", afirmou o presidente-executivo da Embraer, Fleury Curado, em entrevista à imprensa em Cingapura.

Os clientes dos fabricantes de aviões devem sofrer perdas de US$ 5,2 bilhões este ano, atingidos por preço alto dos combustíveis e pela economia global que está sendo arrastada pela crise financeira, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo neste mês.

Meta

"Se a crise continuar por mais tempo e com mais intensidade, então todos serão afetados. Mas teremos que esperar e ver", disse Curado, acrescentando que a Embraer continua firme na meta de entregar 195 a 200 jatos regiões em 2008.

A Embraer, líder mundial em produção de aviões regionais, também produz jatos executivos e aeronaves militares e compete diretamente com a canadense Bombardier.

"Temos visto menos impacto em nossos negócios com jatos executivos, uma vez que indivíduos e corporações nos quais temos focado têm acesso mais fácil a crédito, diferente das companhias aéreas", disse Curado.

Aerolineas Argentinas

O executivo afirmou que a companhia ainda está negociando a venda de aviões para a Aerolineas Argentinas e que ainda não houve um acordo.

"Estamos em discussões muito preliminares e não há comprometimentos ainda. Mas claro que nós adoraríamos vender aviões a eles", disse Curado.

A Embraer está buscando montar uma fábrica na Argentina e uma fonte próxima do Ministério do Planejamento da Argentina afirmou que, em troca, o governo do país comprará cerca de 25 aviões modelo 190 da Embraer para a Aerolineas e para a Austral.

Fonte: Reuters

Índios querem retirada dos destroços do Boeing da Gol da mata

Administrador da Funai em Colíder (MT) pede providências na região.

G1 foi ao local do acidente no ano passado.


O administrador executivo regional da Fundação Nacional dos Índios (Funai) em Colíder (MT), Megaron Txucarramae, fechou o local onde o Boeing da Gol caiu, em setembro de 2006, e reclamou que a empresa aérea não retirou os destroços da aeronave, na reserva Kapot/Jarina. Cento e cinqüenta e quatro pessoas morreram no acidente aéreo.

Após dois anos da tragédia, o índio afirmou ao G1 que vai refazer o pedido para a presidência nacional da fundação para que entre em contato com a Gol. "Já pedimos para tirar os destroços de lá. Aquilo polui a mata e a água dos córregos. Já pedimos para a Funai fazer isso. A Gol ainda não nos procurou", disse Megaron.

No ano passado, o cacique da aldeia Piaruçu, Bedjai Txucarramae, disse que o acesso ao local seria fechado e só seria reaberto para a retirada dos destroços.

A assessoria de imprensa da Gol informou ao G1, na noite de sexta-feira (26), que os destroços foram retirados, mas não falou sobre a data da remoção. Megaron, no entanto, disse que ninguém entrou na reserva indígena desde novembro do ano passado e que os destroços permanecem no local.

O índio disse que não volta à Reserva Kapot/Jarina desde novembro de 2007 e que o acesso ao local permanece proibido. "Não vamos fazer nenhuma celebração em memória aos mortos no acidente, como fizemos no ano passado."

Expedição de um ano

O G1 esteve no local do acidente da Gol no ano passado e acompanhou uma expedição com Marcos Antonio Marinho Silva, de 52 anos, marido da médica Ana Maria Caminha Maciel Silva, uma das 154 vítimas do vôo 1907.

Ele não participou da viagem organizada pela Aeronáutica, em que parentes sobrevoaram o local do acidente e nem da missa celebrada na Fazenda Jarinã, em Peixoto Azevedo (MT), que serviu de base estratégica para as operações de resgate dos corpos na mata.

Fonte: G1

Familiares de vítimas do acidente da Gol procuram ajuda psicológica

Boeing caiu em região de mata fechada, em MT, há dois anos.

Professora diz que filhos passaram a ter medo de andar de avião.


A queda do Boeing da Gol que fazia o vôo 1907, em 29 de setembro de 2006, marcou o início da crise aérea no país e mudou a vida de muitos brasileiros. A aeronave caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso, depois de bater em um jato Legacy. Cento e cinqüenta e quatro pessoas morreram. Parentes das vítimas contaram ao G1 o que fizeram para tentar se adaptar à rotina depois da tragédia.

Avião da Gol caiu em área de mata fechada, em setembro de 2006

O acidente provocou a perda de uma pessoa querida para a professora e psicóloga Ester Beyer, 45 anos. Ela perdeu o marido Hugo Otto Beyer, 49 anos. Acostumada, por razões profissionais, a fazer constantes vôos nacionais e internacionais, ela se viu diante de um novo desafio em sua vida quando teve de optar por continuar o trabalho ou se abater e ficar em casa.

“Eu e meu marido sempre tivemos uma vida profissional muito agitada, principalmente com viagens de avião. Com o acidente, tive receio de voar. Eu tive de escolher entre parar de trabalhar, pois não conseguiria fazê-lo sem os vôos, ou me adaptar à nova rotina”, disse Ester, que trabalha com música para bebês na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ela disse ao G1 que optou por uma ajuda psicológica, até os dias atuais, para continuar a trabalhar e cuidar dos dois filhos, que também sofreram com a morte do pai. “Faço terapia intensiva até hoje, mas o problema maior ocorreu com meus filhos. A mais nova (Débora) tinha 11 anos quando tudo aconteceu. Ela não queria me deixar voar mais. Quando ela tinha 12 anos, aconteceu o acidente com o avião da TAM. Foi um drama”, afirmou Ester.

Rituais para perder medo de avião

A professora lembra que a solução imediata que encontrou para cuidar da filha foi levá-la junto com ela aos compromissos que demandavam deslocamento aéreo. “Ela passou a ter medo de avião e adotou alguns rituais para conseguir suportar o vôo. Quando tivemos de ir à Itália, por exemplo, minha filha colocava tampão nos ouvidos, fechava a janela, mascava chiclete e lia livros com frases positivas. Tudo isso para lidar com a situação”, afirmou Ester.

“O meu filho, Samuel, tem 20 anos hoje. Quando o acidente aconteceu, ele tinha 18. Naquela época, ele viajaria para a Alemanha, onde passaria um tempo. O pai antecipou o vôo para ficar um dia com ele, mas não teve oportunidade de fazer isso por conta do ocorrido. A cabeça de meu filho ficou bastante confusa”, lembrou a professora.

Ester disse que o filho só voou duas vezes após o acidente. “Ele foi até Brasília acompanhar de perto a investigação do caso. Foi e voltou. Depois disso, nunca mais entrou em um avião. Foi tudo muito traumático e ainda é. A perda é muito grande. Temos muita fé, nos apegamos em Jesus Cristo.”

Força na dor das famílias

É triste, porque as coisas não foram resolvidas por completo ainda. Não pensamos só em nós, em nossa família, pensamos no sistema aéreo como um todo. Outras famílias, que não sofreram perdas como nós, voam pelo país e outros países, assim como nós também não podemos deixar de viajar”, disse Neusa Felipetto Machado, 58 anos, viúva de Waldomiro Henrique Machado, 61 anos.

Neusa disse que cada dia que passa sente uma dor maior. “Cada minuto é mais angustiante que o outro. Sempre buscamos forças de um e de outro, em outras famílias que também sentem a mesma dor. Encontramos forças, neste dois anos, na esperança de um futuro melhor, mas a tristeza ainda é muito grande”.

Ela revelou ainda que o fato de ter três filhos também é uma das razões para ter coragem e enfrentar o dia-a-dia. “Os meus filhos são uma herança rica que meu marido deixou (Machado). Hoje, felizmente, tenho quatro netos. Um deles faz pouco tempo que nasceu. Isso nos dá uma alegria muito grande”, afirmou Neusa.

'Parece que foi ontem'

Angelita Rosicler de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Côo 1907, disse que teve muita dificuldade para voltar a ter uma rotina. "Parece que foi ontem. Muito tempo já passou, mas é muito difícil voltar a uma rotina normal, como era antes do acidente. Tudo parece muito claro em minha cabeça", disse.

Ela é viúva do executivo Plínio Luiz Siqueira Júnior e contou ao G1 que buscou apoio psicológico para superar a falta do marido. "Tem sido de muita importância para mim. Não vejo como parar com esse tratamento por enquanto. Tinha um relacionamento, um convívio muito bom com meu marido."

Fonte: G1 - Foto: Divulgação (Bombeiros de Sinop)

Acidente do vôo 1907 completa dois anos

Tragédia evidenciou problemas no controle de tráfego aéreo do país.

Jato Legacy e Boeing se chocaram em pleno vôo e 154 pessoas morreram.



Trem de pouso do Boeing da Gol, que caiu na mata

Em 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos. O acidente completa dois anos nesta segunda-feira.

O Boeing caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar em uma base aérea no Sul do Pará. Os sete ocupantes do jato sobreviveram.

A operação de resgate dos corpos das vítimas durou 49 dias. Foi o estopim para uma crise aérea.

Os pilotos do Legacy e quatro controladores de vôo do Cindacta-1 (Brasília) foram responsabilizados pelo acidente. Os seis são acusados de atentado contra a segurança de transporte aéreo, com agravante pelas mortes, conforme denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça. Nos próximos meses, o juiz federal Murilo Mendes deve recomeçar a ouvir depoimentos do caso. Foi o segundo maior desastre aéreo do país em número de vítimas. Em julho do ano passado, mais um acidente chocou o Brasil. Durante pouso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um avião da TAM não conseguiu frear e bateu no prédio da TAM Express, causando a morte de 199 pessoas.

Veja reportagens sobre o acidente



Veja fotos da tragédia com o Boeing da Gol
Veja fotos feitas pelos bombeiros que participaram do resgate
Veja fotos da expedição ao local do acidente, um ano depois

Fonte: G1 - Foto: Divulgação (Bombeiros de Sinop)

Câmara de indenização do vôo JJ 3054 funcionará até dezembro

Famílias pediram prorrogação do atendimento, que acabaria em outubro.

Tempo para reunir documentos e término das investigações seriam razões.

Câmara de Indenização do vôo JJ 3054 da TAM teve o seu funcionamento estendido até o dia 19 de dezembro deste ano. Inicialmente, o atendimento seria suspenso em 23 de outubro, mas o prazo acabou sendo alterado a pedido dos familiares de vítimas do acidente da TAM. Entre os motivos apresentados estão o tempo necessário para reunir documentos e a espera pelo término das investigações, segundo a defensora pública Renata Tibyriçá.

"É uma prorrogação final", ressaltou Renata, que anunciou a nova data para as famílias neste domingo (28), em encontro realizado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Instalada em abril, a Câmara é uma alternativa para a obtenção de indenização por danos morais e materiais sem a necessidade de entrar com ação na Justiça. De acordo com a defensora, até o momento, parentes de 60 vítimas procuraram a Câmara, que tem escritórios em Porto Alegre e na capital paulista. Os familiares de 25 protocolaram os pedidos. Desses, 10 já fecharam acordos e os demais estão em negociação.

Em 17 de julho do ano passado, o Airbus A320, proveniente de Porto Alegre, bateu contra um prédio da TAM Express após tentar aterrissar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Morreram 199 pessoas.

Fonte: Agência Estado

Testemunha relembra maior acidente aéreo de Campina Grande

De longe, é possível ver uma imensa cortina de fumaça formada nos céus da cidade. As chamas atingem mais de 300 metros de altura. Minutos depois, dezenas de viaturas partem em alta velocidade e atravessam as ruas que dão acesso ao aeroporto Presidente João Suassuna, em Campina Grande, com as sirenes ligadas. A pista tem que ficar livre para não atrapalhar o socorro das vítimas. Tudo parece real. As equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros, PRF, polícias Civil e Militar correm contra o tempo para realizar o resgate das vítimas de uma tragédia aérea. Os feridos, alguns com fraturas expostas, são transportados para os hospitais da cidade. Os "mortos" são levados para UML.

Felizmente, tudo não passa de um exercício de emergência aeronáutica Completo realizado pela Infraero para aferir o plano de emergência do aeroporto. No exercício feito com o máximo de realismo e o emprego de técnicas usadas nas das produções cinematográficas, é simulado a queda de uma aeronave com 15 passageiros a bordo. Ao cair na pista do João Suassuna, o avião explode, provocando um grande incêndio, essa é a idéia.

Ficção e realidade fazem parte da história do aeroporto Presidente João Suassuna. Há 50 anos, aconteceu o maior acidente com a aeronave na cidade. A tragédia aconteceu em uma noite sombria de sexta-feira, 5 de setembro de 1958.

O avião de prefixo LDX do Lóide Aéreo Brasileiro caiu nas proximidades do Serrotão, a dez quilômetros do centro da cidade, matando 13 pessoas e deixando vários passageiros feridos. Entre os sobreviventes do maior acidente aéreo registrado em Campina Grande, estava o comediante cearense Renato Aragão, o Didi. Na época, Renato Aragão não era famoso. Ele era apenas um estudante de Direito que morava em Fortaleza e estudava em Recife.

O avião com 40 passageiros a bordo partiu do Rio de Janeiro. A chuva forte, neblina densa e iluminação precária foram apontados como fatores que contribuíram para a tragédia. Segundo apuraram as autoridades da época, o avião caiu após o piloto ter feito, sem sucesso, várias tentativas de pouso na pista do aeroporto João Suassuna.

Como estava chovendo, a pouca visibilidade atrapalhou o piloto. Após realizar algumas evoluções, a aeronave perdeu a altura, caindo sobre um roçado à margem esquerda da BR-230, no Serrotão. Entre os mortos, estavam o comandante e a telegrafista do avião, um médico, um arquiteto e um gerente do Banco do Brasil.

Resgate

O resgate das vítimas foi feito por policiais do Corpo de Bombeiros para os hospitais Pedro I, Pronto Socorro e Ipase. "Eu lembro que foi grande a correria na redação do jornal. As fotos eram terríveis", recordou o jornalista Joel Carlos, que na época trabalhava como repórter do Diário da Borborema.

Testemunha do acidente ajudou no socorro às vítimas

Aos 82 anos, o agricultor Francisco Basílio da Cunha, provavelmente a única testemunha viva do acidente com o LDX do Lóide Aéreo Brasileiro, revelou que no final tarde e começo da noite de 5 de setembro de 1958, ajudou os bombeiros a juntar os pedaços das vítimas da tragédia aérea. "Seu Chico" como é chamado o agricultor, tinha 32 anos no dia do acidente. Ele disse que naquele sombrio final de tarde, começo de noite, estava na roça com enxada na mão limpando mato, quando ouviu um forte estrondo.

O agricultor, que morava na fazenda Edson do Ó, localizada no Serrotão, saiu correndo e se deparou com os estragos. O avião, segundo ele, havia se partido em três partes com o impacto. Os passageiros atirados para fora, alguns despedaçados. Francisco foi uma das primeiras pessoas a se aproximar do local onde ocorreu a tragédia. Ao ver o avião despedaçado e os mortos e feridos, Francisco Basílio saiu correndo e foi chamar o seu pai, José Ribeiro da Cunha.

Minutos depois, chegou a guarnição do Corpo de Bombeiros, comandada pelo sargento José Rulfino. A cena era muito forte. Mesmo com a memória falhando devido o tempo, Francisco relembra as horas de horror. Francisco disse que ajudou os bombeiros a juntar os mortos. O pai dele também ajudou os bombeiros no trabalho de resgate.

Os feridos foram levados para os hospitais de Campina Grande em estado grave. Como o local era de difícil acesso, os bombeiros tiveram muita dificuldade para fazer o resgate.

Falando com dificuldade, Francisco Basílio, hoje aposentado, relembra que no dia da tragédia muitas pessoas se aproveitaram para saquear o avião carregando objetos pertencentes aos passageiros.

O agricultor, que tem cinco irmãos, sendo que apenas dois estão vivo, disse que passou toda a sua vida lembrando da tragédia. Casado pela segunda vez, pai de seis filhos, todos morando em São Paulo, Francisco Basílio não tem dúvida de que ele é uma das poucas testemunhas vivas do maior acidente aéreo ocorrido em Campina Grande. "Muitas pessoas que viram o acidente já morreram. Eu estou aqui, até quando Deus quiser", brincou.

A agricultora Maria José Gomes da Silva era criança no ano da tragédia. Ela conheceu Francisco Basílio anos depois e cresceu ouvindo as histórias de heroísmo do agricultor.

No local exato em que aconteceu o acidente foi construído um oratório e uma cruz onde muitas pessoas rezam e pagam promessa. O local foi batizado de "capela do avião". A agricultora Maria José dos Santos Oliveira, uma das mais antigas moradoras do Serrotão, é uma das pessoas que costuma rezar na capelinha construída no local da tragédia aérea.

Por: Severino Lopes (Diário da Borborema)

Fontes: Redação Clube FM / Fabio Remy