quinta-feira, 20 de março de 2008

Força Aérea Brasileira

USAF Thunderbirds F-16

Su-37 The Terminator

Armas militares do Exército da antiga URSS

Nico Rosberg e o avião da Williams

Patrocinadora da equipe inglesa lança pintura especial com capacete do piloto alemão

Nico Rosberg posa de capitão no avião com pintura em homenagem à equipe Williams, que completa 30 anos em 2008

O capacete de Nico Rosberg foi pintado no bico do Airbus da companhia aérea que é patrocinadora da Williams

Fonte: Globo Esporte


Mulher passa mal e avião da Air France pousa no DF

Uma aeronave da Air France teve de fazer um pouso técnico, na noite de quarta-feira (19), em Brasília depois de uma passageira passar mal a bordo.
O avião partiu de Santiago, no Chile, com destino a Paris.
Fonte: Terra

Avião 'bombardeia' apartamento por engano nos EUA

Bomba de treinamento, sem explosivos, se soltou de jato que sobrevoava cidade.

Impacto do artefato demoliu completamente banheiro de apartamento.

Uma bomba de treinamento lançada acidentalmente por um caça F-16, da Força Aérea Americana, acertou um apartamento na cidade de Tulsa (Oklahoma) na semana passada, conforme matéria publicada no jornal “Tulsa World”.

A bomba não continha explosivos, mas seu impacto – autoridades federais estimam que o objeto acertou o prédio a cerca de 900 quilômetros por hora – foi suficiente para demolir completamente o banheiro do apartamento. Ninguém teria ficado ferido com o acidente.

A bomba BDU-33

No alvo

Aparentemente, após decolar de uma base próxima, uma bomba se soltou sozinha do suporte de um avião que voava para um campo de treinamento nas proximidades de Kansas.

A bomba, usada normalmente para treinamento de bombardeios, tinha um dispositivo que solta uma nuvem de fumaça após o impacto. No entanto, o piloto do avião disse que não viu a trilha de fumaça. De acordo com a Força Aérea, ele só percebeu que faltava uma bomba na hora de soltar as armas no alvo, durante o treino.

Destruição

Os moradores do apartamento “bombardeado” estavam fora quando ocorreu o acidente. Quando voltaram para casa, a eletricidade estava desligada e o banheiro tinha sido destruído.

Os trabalhadores da Defesa Civil que removeram os estragos acharam a bomba, que estava parcialmente enterrada na estrutura de concreto do apartamento que protegia a fiação elétrica do local.

Segundo autoridades locais, a bomba aparentemente passou por algumas árvores antes de atingir o apartamento. Policiais examinaram essas árvores para determinar a trajetória do artefato.

Fontes: G1 / Tulsa World

Empresário romeno compra helicóptero decorado com estilo Versace

Helicóptero adquirido por Ion Tiriac é um AW 109 Power Agusta Westland.

Aeronave é a primeira que tem seu interior decorado com estilo Versace.

O empresário e ex-tenista romeno Ion Tiriac posa ao lado de seu novo helicóptero AW 109 Power Agusta Westland, em Vergiate, próximo de Milão (Itália). A aeronave entregue a Tiriac é a primeira que tem seu interior decorado com estilo Versace.

Fonte: G1 / Foto: Stefano Rellandin (Reuters)

Problema em radar faz avião da Gol retornar a Brasília

169 passageiros estavam a bordo e foram reacomodados em outros vôos

Um avião da Gol que fazia o vôo 1680, de Brasília para Belém (PA) e Macapá (AP) apresentou problemas no radar e teve que retornar a Brasília na madrugada desta quinta-feira (20).

A aeronave decolou às 23h33 de quarta-feira (19) e retornou ao Aeroporto Internacional Jucelino Kubitschek à 1h43 desta madrugada.

Segundo informações da Infraero, 169 passageiros estavam a bordo e foram reacomodados em outros vôos.

Fonte: G1

Piloto da Força Aérea russa morre durante vôo de treino

Na manhã de hoje (20) Sukhoi Su-25 da Força Aérea Russa explodiu no ar durante um voo de formação no extremo oriente da Rússia. O piloto morreu no acidente.

O acidente, de causas desconhecidas, aconteceu às 21h33 de Brasília na região de Primorie, às margens do Oceano Pacífico, disse o porta-voz da Força Aérea da Rússia, coronel Aleksandr Drobyshevski, à agência "Interfax"."

Por ordem do comandante-em-chefe da Força Aérea, foram suspensos temporariamente os vôos dos SU-25", acrescentou.

O aparelho acidentado pertencia à guarnição de Chernigovka, situada a cerca de 140 quilômetros de Vladivostok, o principal porto russo no Pacífico.

Drobyshevski disse que uma comissão do Ministério da Defesa e da Força Aérea viajou a Chernigovka para investigar as causas do acidente.

"Segundo dados preliminares, o avião teve uma falha mecânica durante uma prática de tiro", acrescentou.

Fontes militares de Vladivostok citadas pela "Interfax" indicaram que o aparelho explodiu em pleno vôo.

Fonte: IC Rússia / Gazeta Online

Mulher processa aérea após homem ejacular em seu cabelo

A americana Centava Dozier, do Estado do Texas, apresentou uma ação judicial contra a companhia aérea American Airlines. Ela quer uma indenização de US$ 200 mil porque um passsageiro se masturbou ao seu lado, ejaculando em seus cabelos em seguida. As informações são da Fox News.

Centava, 21 anos, estava indo a Los Angeles para visitar amigos e a família. De acordo com os documentos do processo, ela teria sentado em um lugar da aeronave cuja poltrona vizinha estava vazia e adormecido em seguida.

Quando acordou, ela teria encontrado uma substância estranha em seu cabelo e um homem se masturbando ao seu lado. Centava teria, então, chamado a equipe de bordo e pedido ao homem que ele retornasse ao seu lugar.

Mas, segundo ela, a equipe de bordo não teria tomado nenhuma atitude a respeito do masturbador. A companhia aérea alega que as medidas adequadas para a situação foram tomadas e que o homem foi detido quando o avião aterrissou.

Fonte: Terra - Foto: MySpace

Boeing deve atrasar entrega do 787

A entrega do 787, o novo avião do construtor americano Boeing, pode atrasar por mais seis meses, advertiu nesta quarta-feira (19) Steven Udvar-Hazy, presidente e diretor executivo da companhia aeronáutica ILFC, primeiro cliente deste grande aparelho.

O calendário de lançamento do 787 "não é feliz", disse Hazy em entrevista coletiva organizada pelo JP Morgan Chase.

A montagem do primeiro exemplar do modelo "Dreamliner", prevista para o final de março, será impossível antes de junho, e o vôo inaugural só deve ocorrer no outono (boreal), e não em junho, como prevê a Boeing.

Hazy estimou que pode se passar ainda mais um ano até que o avião seja certificado pelas autoridades, com as primeiras entregas ocorrendo apenas no terceiro trimestre de 2009, e não no primeiro trimestre, como prometia a Boeing.

"Os comentários de Hazy confirmam os temores dos investidores", assinala o JPMorgan.

Fonte: IG - Vídeo: Jornal da Globo - Foto: Divulgação

Mistério sobre a peça de avião encontrada em Arujá (SP)

Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo investiga em sigilo cinco empresas aéreas

Continua o mistério sobre a peça de avião com 2,10 metros de comprimento por 1,10 de largura que caiu no matagal de uma chácara no Parque Rodrigo Barreto, em Arujá, na última sexta.

A peça, que pode ser uma carenagem (parte que envolve as turbinas) já está com o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo, responsável pelas investigações para identificar a qual empresa a peça pertence.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Carlos Camacho, o piloto pode não ter percebido a queda da carenagem quando a aeronave estava no ar.

“É como se um motorista de carro estivesse passando por uma estrada de terra e perdesse a calota”, comparou. Mas Camacho disse que o piloto certamente viu a ausência da peça quando o avião pousou, assim como os mecânicos em terra. Camacho levanta a hipótese de três empresas como possíveis donas da peça. “Pode ser da Varig, da KLM (holandesa, comprada pela Air France) ou da Lufthansa (empresa aérea alemã)”, disse. Procurada pelo Diário de Guarulhos, a Varig informou que, segundo a área técnica da empresa, não há registro de perda de peça.

O comandante acredita também que a empresa ainda não tenha se pronunciado por causa da imprensa, que faz “sensacionalismo” com os acontecimentos. “Às vezes, a mídia explora o assunto de maneira errada, populista. Um avião, assim como um veículo, está propenso a ter problemas. Como o avião não tem DNA, o que pode ser feito é a investigação”, disse.

AERONÁUTICA

De acordo com o sargento Fábio Carvalho, um dos responsáveis pela apuração do caso, ao menos cinco empresas estão na lista das investigadas, mas os nomes não foram revelados.

Carvalho disse ainda que não é considerado crime o fato de o piloto não ter comunicado a queda da peça, mas sim uma infração. “O piloto não corre o risco de perder a habilitação apenas por isso.”

Juiz libera o pagamento de credores da Varig

O juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Rio e responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, liberou nesta quarta-feira (19/3) o pagamento referente às debêntures destinadas aos credores Classe II, entre eles, o Instituto Aeros de Seguridade Social.

De acordo com o Judiciário fluminense, apesar de o juiz já ter determinado a liberação de R$ 88 milhões para o pagamento aos credores, o Tribunal de Justiça deu efeito suspensivo a alguns recursos, o que inviabilizou o início dos pagamentos.

"Quanto aos recursos pendentes, fica evidente que aquele manejado pelo Ministério Público só faz referência à debênture UPV Classe I, não havendo qualquer contaminação àquela destinada à Classe II, porquanto o efeito devolutivo afirmado pelo artigo 515 do Código de Processo Civil permite a liberação do pagamento, exceto aos destinatários dos créditos trabalhistas concursais e extraconcursais que devem aguardar a definição do julgamento do recurso de agravo de instrumento", escreveu o juiz na decisão.

O pagamento aos credores Classe II deverá obedecer ao que já havia sido decidido pela Justiça sobre os critérios do rateio. O pagamento referente à debênture Classe I, porém, deverá esperar a apreciação de recurso junto ao Tribunal de Justiça do Rio para que possa começar a ser paga.

Fonte: Última Instância

Oito meses depois, Congonhas vai retomando ritmo de antes da tragédia e quase sem mudanças

Oito meses depois da tragédia do vôo 3054 da TAM - que matou 199 pessoas - Congonhas volta ao ritmo de operações de antes do acidente, e as promessas de limitar os vôos e tornar o aeroporto mais seguro estão sendo deixadas de lado. Exceto pelo grooving (ranhuras) nas pistas, pouco mudou no aeroporto e nas proximidades. Os intervalos entre pousos e decolagens estão ficando mais curtos, não há sinais de qualquer obra para criação de área adicional de escape e a pista principal continua com a cabeceira à beira da Avenida Washington Luiz, no movimentado corredor que une as zonas norte e sul da cidade.

No entorno, nada mudou, exceto pelo vazio deixado no lugar do prédio da TAM Express, que foi implodido. O prédio de 11 andares de um hotel que fica a apenas 500 metros da cabeceira da pista, que pilotos denunciaram à época por atrapalhar os pousos, permanece interditado, mas nenhum andar foi demolido, aguardando aguardando decisão judicial.

No dia 30 de julho de 2007, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) havia determinado o fim de escalas e conexões em Congonhas e restrição de vôos diretos para, no máximo, 10 destinos. No aeroporto seriam mantidos apenas vôos para Brasília, Belo Horizonte (Confins), Rio de Janeiro (Galeão e Santos Dumont), Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Foz do Iguaçu, interior de São Paulo e Campo Grande. A medida foi deixada de lado. No último fim de semana, voltaram a ser feitas em Congonhas escalas e conexões, que estavam suspensas desde o acidente. Vôos charter e de fretamento também foram autorizados nos fins de semana.

O relator da Comissão Parlamentar de Estudos (CPE) da Câmara Municipal, criada para levantar os principais problemas do aeroporto de Congonhas, acredita diz que as conexões e escalas deveriam continuar proibidas.

- Congonhas voltou a ser um centro de distribuição de vôos. Isso é um retrocesso não só para a cidade, mas para a aviação. As companhias aéreas pressionaram e o governo cedeu. Todo mundo sabe que Congonhas não pode ser usado como ponto de distribuição de vôos - diz o vereador Chico Macena (PT).

O relatório da Comissão Parlamentar de Estudos ficou pronto no início deste mês. Nele, há ainda outros alertas sobre as operações em Congonhas. Um deles é que existe falha na visibilidade na torre de comando. Ou seja: obras do próprio aeroporto dificultam a vida dos operadores e pilotos. De acordo com o documento, a recente ampliação do terminal de passageiros tirou dos controladores parte da visão do pátio de aeronaves, prejudicando a orientação do taxiamento dos aviões também após o pouso.

O plano diretor da cidade de São Paulo, que poderia limitar as construções ao redor do aeroporto, não entra no tema. O vereador Aurélio Nomura (PV), relator da proposta de plano diretor enviada à Câmara pela Prefeitura, diz que o texto é omisso em relação ao aeroporto e tampouco discute o Campo de Marte, outra pista de pouso no meio da cidade.

O Sindicato Nacional dos Aeronautas defende que o Aeroporto de Congonhas seja submetido a uma avaliação da 'International Federation of Air Line Pilots' (Ifalpa, a Federação Internacional das Associações de Pilotos de Linhas Aéreas), para que seja verificado se ele tem condições de abrigar novamente conexões e escalas.

- Acredito que não foram exauridas todas as recomendações para o tipo de pista que tem Congonhas. Houve precipitação de voltar às condições anteriores ao acidente com o Airbus da TAM, apesar de serem mantidos 30 slots por hora. Tenho a convicção de que não foram atendidas todas as recomendações para o aeroporto - diz Graziella Baggio, presidente da entidade.

Com limite de 30 vôos por hora, o intervalo entre um avião e outro gira em torno de dois minutos, no limite da margem de segurança estabelecida à época do acidente. Esta, no entanto, é apenas uma média. Há casos em que a diferença entre um pouso e uma decolagem cai para apenas um minuto, aumentando o risco das operações. No fim da tarde de terça-feira, por exemplo, o intervalo de um minuto foi aferido pelo O Globo Online em pouso ou decolagem de oito aeronaves - a Anac diz que não há problema de Congonhas ter um vôo a cada minuto.

Nos horários de pico, a espera dentro dos aviões por um lugar na pista continua. Dois comissários que tinham acabado de chegar em Congonhas na manhã desta quarta-feira, provenientes do Rio de Janeiro, disseram que voltou a acontecer de os aviões terem de sobrevoar a cidade à espera de autorização para descer. Nos horários de pico, a espera é de 20 minutos, em média, praticamente metade do tempo que se gasta numa viagem normal entre São Paulo e Rio.

A tripulação, que desembarcou por volta de 11h, informou que, apesar de estar fora do horário de rush, teve de esperar 10 minutos no ar antes de receber autorização da torre para pousar. Antes disso, às 9h36m, um avião da Gol tentou pousar e teve de arremeter. A Infraero não informou o motivo. Visivelmente, a aeronave voava um pouco mais alto que as outras que desciam em Congonhas naquele momento. Fazia sol na capital paulista e o aeroporto operava normalmente.

Autorizada a operar apenas quatro vôos diários em Congonhas, a aviação geral - que são os jatos executivos e fretados - está tentando aumentar de novo seu limite de operações no aeroporto.

- Em Guarulhos podemos permanecer no máximo duas horas no pátio. Tem que deixar o passageiro e voar para outro aeroporto, como Jundiaí e até Ribeirão Preto. Está muito complicado, pois não existe outro aeroporto em São Paulo com as características de Congonhas e os demais não têm as mesmas condições técnicas - afirma.

Em Congonhas, os jatos executivos têm à disposição hangares particulares, que alugam o espaço da Infraero e realocam para este tipo de aeronave. Assim, eles não pagam a tarifa de permanência em pátio, como ocorre com a aviação comercial.

Adalberto Febeliano, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral, afirma que a proibição de escalas e conexões nunca deu resultado.

- O único efeito prático foi entupir o balcão do check-in. Como era proibido trocar de avião na área interna, tinha de ser feito um novo check-in. Os passageiros desciam do avião, pegavam a bagagem e voltavam ao balcão para fazer novo embarque. Não adianta o estado querer tutelar o indivíduo - diz ele.

Para Febeliano, apesar da tragédia, Congonhas se mantém um aeroporto seguro.

- Quem dizia que tinha de diminuir vôos eram políticos e autoridades. Mesmo saturado, o aeroporto operava com segurança - diz ele.

George Sucupira, especialista em aviação civil, diz que Congonhas continua operando no limite de sua capacidade, e a tragédia da TAM demonstrou que operar no limite é um risco num aeroporto central, rodeado de prédios residenciais e comerciais.

Procurada, a Infraero não se pronunciou sobre o tema. Para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não há problema no intervalo de um vôo a cada minuto.

- O espaçamento de um vôo para o outro nos aeroportos não é medido em tempo, mas pela distância em milhas. Agora, um minuto é totalmente seguro. Basta a pista estar livre, a distância ser segura e o aeroporto possuir o finger (ponte que liga o terminal de passageiro à porta do avião) - disse a Anac, por meio de sua assessoria de imprensa.

Fonte: O Globo Online

Tragédia do vôo 3054 da TAM seria evitada se pouso tivesse sido em Guarulhos

A tragédia do vôo 3054 da TAM, que matou 199 pessoas em 17 de julho do ano passado, poderia ter sido evitada se o Airbus 320 vindo de Porto Alegre tivesse pousado no aeroporto de Guarulhos e não em Congonhas. Testes feitos em janeiro no simulador da companhia aérea mostraram que a pista do aeroporto não deu ao piloto Kleyber Aguiar Lima e o co-piloto Henrique Stephanini Di Sacco condições de reagir ao colapso dos equipamentos de bordo.

- Já temos indicativo claro de que Congonhas não tinha condições de operar com a pista molhada, como ocorreu naquele dia. O sistema de concretagem usado também não foi o mais adequado. Sem nenhuma dúvida, se houve erro do piloto ele foi induzido pela condição da pista do aeroporto - diz o promotor Mário Luiz Sarrubbo, do Ministério Público Estadual, que acompanhou a simulação e acompanha o inquérito sobre o acidente.

Segundo Sarrubo, a pista de Congonhas, que havia sido reaberta em 29 de junho, apenas 19 dias antes do acidente, havia gerado pânico entre os pilotos nos dois dias que antecederam o acidente, por conta da chuva. A pista foi reaberta sem o grooving, ranhuras de escoamento de água que ajudam na frenagem das aeronaves.

O receio nas aterrissagens levou os pilotos a improvisar e não seguir ao pé da letra os manuais dos aviões. Foi o que aconteceu com o comandante do vôo 3054. O mesmo Airbus havia pousado em Congonhas naquele mesmo dia, com sucesso, sem seguir a recomendação da fabricante francesa para aterrissagens com um reverso pinado (travado).

Em seu depoimento, conta o promotor, o piloto que conduziu o avião de Belo Horizonte a Congonhas, o último vôo antes da tragédia, havia informado à tripulação que foi a Porto Alegre que não seguira no pouso a recomendação da Airbus, de colocar os manetes na posição reverso. Por causa da pista escorregadia, ele optou por adotar o procedimento usado antes da recomendação da Airbus, de manter um manete na posição 'ponto morto' e outro na posição reverso. Com isso, ganhou 80 metros no coeficiente de aterrisagem.

- Depois de ter adotado o procedimento normal no Aeroporto Salgado Filho, que estava com pista normal, foi com essa informação na cabeça que o comandante pousou em Congonhas. Ele foi induzido ao erro por causa das condições da pista - diz Sarrubo.

De acordo com o promotor, a Airbus havia mudado o procedimento de pouso com reverso pinado porque a orientação anterior, de manter um manete em ponto morto e outro na posição reverso, gerava um risco adicional: na hora de posicionar a alavanca, qualquer desvio mínimo para frente, para a posição de aceleração, geraria pane no comando da aeronave, cujo computador de bordo passaria a ter informação de acelerar, não de frear o avião. A nova orientação era colocar os dois manetes na posição reverso.

Faltando cerca de um mês do término do inquérito, as informações, segundo o promotor, indicam que o piloto não seguiu à risca a orientação da Airbus para ganhar os 80 metros necessários à aterrissagem em Congonhas. Na hora, porém, houve a falha e não houve tempo para corrigir.

- O piloto quis repetir o mesmo procedimento da aterrissagem anterior do avião em Congonhas. Mas provavelmente ocorreu aquilo que a Airbus havia tentado corrigir na nova recomendação. O manete ficou um pouco à frente, gerando o colapso do sistema de freio da aeronave. Em qualquer outra pista, ele teria tido tempo de tomar alguma providência, como acionar o freio aerodinâmico. Ele tentou usar o freio manual, o pedal, e conseguiu desacelerar um pouco. Ainda que varasse a pista, se tivesse área de escape e não um prédio à frente, poderia ter tido sucesso - afirma Sarrubo.

O promotor não deu detalhes sobre os problemas que teriam sido detectados na concretagem da pista. Afirmou apenas que eles estarão relatados no inquérito, que já tem 10.000 páginas em 34 volumes.

A Infraero não deve, porém, a única a ser responsabilizada pelo acidente. Sarrubo afirma que há falhas também da TAM. Segundo ele, apesar de a Airbus ter recomendado o treino dos pilotos em pouso com reverso pinado, a TAM não treinou seus pilotos para o procedimento.

- Todos dizem que não era praxe treinar pouso com reverso pinado porque isso não é uma pane. Mas o fato é que, como pudemos ver, se não é pane, é capaz de gerar uma tragédia - diz ele.

Outro problema apontado no inquérito, mas ainda sem conclusão, diz respeito ao peso na aeronave. Em solo no Aeroporto Salgado Filho, o cálculo de peso do Airbus 320 estava no limite máximo permitido. Na última hora, porém, tripulantes e passageiros de última hora surgiram.

- O novo cálculo, já dentro da aeronave, morreu com o piloto. Os dados da caixa preta sobre isso ainda não estão devidamente aferidos. Mas o avião estava muito pesado - diz o promotor.

Sarrubo afirma que, pelo menos num item, a TAM não seguiu recomendação da Agência Nacional de Aviação Civil. Segundo ele, o avião saiu de Porto Alegre com destino a Congonhas com mais combustível do que deveria. O objetivo de abastecer em Porto Alegre, diz o promotor, é economizar na conta combustível, pois o preço no Aeroporto Salgado Filho é menor do que em Congonhas. Sarrubo afirmou que não tinha a diferença em mãos para fornecer ao Globo Online.

- Sempre que pousa lá o avião vem com o tanque mais cheio, para evitar abastecer em Congonhas. As companhias negam, mas fazem isso. A recomendação da Anac era justamente evitar fazer isso no caso de aviões com pouso em Congonhas, por causa da condição da pista, que é mais curta e mais complicada - diz ele.

Fonte: O Globo Online