quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Anac suspende vendas de passagens internacionais da BRA

tíciasA Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) decidiu nesta quinta-feira suspender as vendas de passagens internacionais da empresa BRA. A decisão foi provocada pelos problemas que a empresa teve com seus Boeings 767, que fazem rotas para o exterior. Um grupo de 35 passageiros esperou para embarcar para a Europa quase 67 horas devido a um problema em uma dessas aeronaves.

Originalmente, o vôo sairia de Natal (RN) na madrugada de terça-feira (16) e passaria por Recife (PE), Lisboa, Madri e Milão. Mas, antes da primeira decolagem, ainda na terça, o avião apresentou problemas em um compressor do motor e foi levado para manutenção. O conserto, segundo a BRA, terminou no começo da noite de ontem (17).

Os aviões da BRA estão sob inspeção da Anac, sendo que em um deles, no Rio, está sendo executado o "Check C", que é uma inspeção completa na aeronave. O outro avião, que chegou do exterior com problemas nas turbinas, está em Natal (RN) sendo examinada por técnicos da agência.

A Anac também determinou que, além da imediata suspensão das vendas de passagens internacionais, que os usuários da BRA que adquiriram bilhetes para o exterior sejam realocados em vôos de outras companhias.

De acordo com a agência, a BRA voltará a operar vôos para o exterior quando suas aeronaves estiverem em condições de segurança operacional atestada pela Anac, ou se a empresa aérea conseguir outros aviões compatíveis com rotas internacionais.

A jornalista Glau Gasparetto, que por volta das 21h estava no portão de embarque para partir para Portugal, após esperar quase 67 horas para ser realocada, disse que deve acionar judicialmente a BRA pelos transtornos com o adiamento da viagem.

"Além de tempo, perdemos reservas pagas em Madri e a viagem de Madri para Inglaterra. Por mais que tenham nos realocado [na TAP], o transtorno que passamos, não tem como deixar passar em branco", afirmou a jornalista.

Segundo ela, os outros passageiros que também estão na sala de embarque também manifestaram desejo de processar a BRA.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a BRA informou que ainda não recebeu a notificação sobre a suspensão determinada pela Anac.

Fonte: Folha Online

Lula vê risco de acidentes e quer renovar frota da FAB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira em Luanda que é necessário renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) "ou vamos começar a receber notícias pelos jornais de que caiu um aqui, outro ali".
De acordo com o presidente, há aviões na FAB com 30 ou 40 anos de uso.

"Tudo isso foi pensado em 1970. Já estamos em 2007", disse. "Obviamente, não podemos comprar tudo de uma vez, mas podemos fazer um plano para em dez anos renovar parte de nossa frota." Lula reagiu às notícias publicadas nesta quinta-feira pela imprensa brasileira de que 63% dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) estão sem condições de uso.

O dado foi citado pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, durante um depoimento sigiloso na Câmara dos Deputados, na quarta-feira.

Na terça-feira, um dos aviões da FAB que acompanhava a comitiva do presidente durante sua viagem à África, levando jornalistas e um grupo de empresários, sofreu uma pane em uma turbina pouco depois de decolar de Brazzaville, no Congo, em direção a Johanesburgo, na África do Sul, e foi obrigado a retornar.

O avião, um Boeing 737-200, conhecido como Sucatinha, permanecia em Brazzaville nesta quinta-feira, aguardando a chegada de peças de reposição.

"Vários companheiros já passaram medo em vôos nos aviões da FAB", disse Lula.

Segundo o presidente, a manutenção de aviões antigos é muito cara e não compensa financeiramente. "Isso vale para carro, para prédio." "Se não faz manutenção adequada, não troca no tempo em que tem que trocar, tudo fica pior", afirmou.

Fonte: BBC Brasil

Pista auxiliar de Congonhas ficará maior para decolagem

A pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ficará 120 metros maior durante as operações de decolagem. O Ministério da Defesa aceitou anteontem rever os critérios de utilização das áreas de escape, criadas após a tragédia com o Airbus A320 da TAM, que deixou 199 mortos em 17 de julho. Embora a mudança atinja principalmente a aviação geral (jatos executivos e táxi aéreo), as empresas aéreas regulares dizem que também serão beneficiadas, uma vez que não terão mais de dividir a pista principal com os aviões menores.

Desde que as pistas foram encurtadas, em 15 de setembro, apenas 10% das aeronaves que costumam operar em Congonhas tinham condições de utilizar a pista auxiliar, o que, segundo fontes militares, contribuía para as longas filas de aviões nas pistas de taxiamento. "Com essa modificação, será possível dividir melhor o fluxo do aeroporto", avalia o tenente-coronel Delany Lopes, chefe de Operações em Congonhas. "Enquanto estivermos aproximando um avião para pouso na pista principal, por exemplo, será possível alinhar outra aeronave na pista auxiliar. O ganho é de alguns segundos, mas num aeroporto com movimento intenso isso é crucial."

Quando anunciou a adoção de áreas de escape em Congonhas, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, determinou uma redução de 120 metros em cada uma das cabeceiras da pista auxiliar e de 150 metros na pista principal. Para especialistas em aviação, no entanto, a medida era tecnicamente equivocada, já que não haveria necessidade de uma área de escape na traseira do avião no momento da decolagem. De certa forma, a decisão dos técnicos do governo "corrige" a configuração anterior.

Nos procedimentos de pouso, a pista auxiliar continuará operando com o comprimento atual (1.195 metros), ou seja, com 120 metros a menos em cada cabeceira. Por enquanto, a pista principal, de 1.640 metros de extensão, não sofrerá modificações. Apesar de parecer insignificante, o ganho de 120 metros permitirá que mais aeronaves tenham condições de decolar na pista auxiliar e carreguem mais peso - seja em carga, quantidade de combustível ou passageiros.

Fonte: Agência Estado

Pane obriga volta de avião da TAM com jogadores a Belém

Os passageiros do vôo 3449 da TAM, que saiu na manhã de hoje de Belém (PA) com destino Brasília (DF), passaram por um susto. Após 51 minutos de vôo, a aeronave retornou ao Aeroporto Internacional de Belém. Segundo a TAM houve necessidade de manutenção no painel da aeronave, mas não informou que tipo de pane. A delegação do Clube do Remo estava na aeronave.

O vôo, que transportava 174 passageiros, decolou de Belém às 6h09 horário local(7h09 horário de Brasília). Um tempo depois, os passageiros foram informados que a aeronave retornaria à capital paraense. "O comandante disse pelo sistema de som apenas que o avião havia apresentado um problema e que precisava retornar a Belém", disse o passageiro Mário Fernando.

Fernando, que é chefe da delegação do Clube do Remo, viajava com a equipe para uma partida contra a Portuguesa pela Série B do Campeonato Brasileiro, em São Paulo. "Recebemos poucas informações da companhia aérea. Estamos aguardando no aeroporto e talvez só possamos embarcar à tarde", reclamou o passageiro.

Em entrevista à imprensa local, o jogador Darley também reclamou do atraso. "A gente está acordado desde às 5h, o vôo sai atrasado e ainda retorna. E ainda temos um jogo importante pela frente. Ninguém informa nada direito. É um descaso total", disse. A delegação é formada por 26 pessoas entre jogadores e equipe técnica.

Houve boatos de que o uso de celular de passageiros durante o vôo possa ter prejudicado a comunicação com o Cindacta, mas a TAM não confirmou essa informação.

A assessoria de imprensa da TAM em São Paulo informou que o vôo não foi cancelado. A aeronave está passando por manutenção no aeroporto de Belém. Os passageiros devem ser remanejados para outro vôo.

Fonte: Terra

Casal aventureiro exibe fotos e avião em exposição

Nova decolagem sobre a beleza dos rios brasileiros.
(Foto: Margi Moss)

Expedição Rios Voadores conta a trajetória dos rios e massas de ar pelo país. Gérard e Margi Moss reúnem fotos e vídeos num túnel sensorial no Leblon.

Não importa se em 80 ou 100 dias, já imaginou a volta ao mundo feita num avião particular? O 'brinquedinho', usado pelo casal Gerard e Margi Moss nessa aventura, está pendurado em pleno Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio, a partir desta quinta-feira (18) até o dia 5 de novembro.

Lá estão fotos, vídeos e documentos em um túnel sensorial da mostra "Expedição Rios Voadores".

Na exposição, os exploradores, junto com cientistas, aprofundam o conhecimento do que chamam de Rios Voadores, que são correntes de ar que carregam umidade do Norte ao Sul do Brasil, muitas vezes responsáveis pelas chuvas na região sudeste do país.

Juntos em terra e no ar, o inglês Gerard concilia a paixão de voar com a curiosidade de engenheiro para idealizar os projetos, que divide com a professora e companheira de desafios, a queniana Margi. Ela registra as aventuras com fotos e levantando dados ambientais. Os dois são naturalizados brasileiros.

Serviço

A exposição funciona de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 15h às 21h. A mostra fica no 1º piso do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco 290, Leblon). Maiores informações no telefone (21) 3138-8000.

Fonte: G1

Passageiros aguardam vôo para Lisboa durante 60 horas no Recife

Avião da BRA que sofreu pane em Natal (Foto: Reprodução/ Globo News)

Empresa aérea afirma que as 35 pessoas que precisam embarcar viajarão nesta quinta. Elas reclamam da falta de agilidade para resolução do problema.

Passageiros de um vôo da empresa BRA, que iria para Lisboa, enfrentam espera para embarcar desde a madrugada de terça-feira (16), no Recife. Eles reclamam da falta de agilidade e de informações para a resolução do problema. O embarque estava inicialmente marcado para 2h30 de terça no Aeroporto Internacional de Guararapes. A espera já compeltou 60 horas.

De acordo com o passageiro Adriano Dias de Oliveira, a BRA havia assegurado que eles embarcariam na quarta-feira (17) em outras companhias aéreas. “Fomos todos para o aeroporto, mas não foram todos que conseguiram viajar. Tivemos que voltar para o hotel e ficamos sem notícias para saber quando essa situação será resolvida”, afirma Oliveira, que tinha planejado uma viagem pela Europa com a esposa. “Com esse atraso, acabamos perdendo reservas em hotéis”, diz.

Segundo a assessoria de imprensa da BRA, depois de realocar alguns passageiros em vôos de outras companhias, os 35 passageiros que ainda precisam embarcar vão viajar no vôo 7556 da BRA, às 17h20 desta quinta-feira (18).

Fonte: G1

SP: juizados em aeroportos recebem 378 reclamações

Os juizados especiais cíveis estaduais instalados nos aeroportos de São Paulo registraram 378 reclamações nos dez primeiros dias de funcionamento. Somente na quarta-feira, foram 40 reclamações. Em Congonhas foram 15 atendimentos e 5 acordos. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, das 25 reclamações, 13 tiveram conciliação, um índice de 52%.

Desde a instalação dos juizados, no último dia 8 de outubro, já foram contabilizados 229 atendimentos em Cumbica e 149 em Congonhas. A média de acordos nas duas unidades gira em torno de 40%.

O objetivo dos juizados é atender os casos mais comuns de reclamações nos aeroportos, tais como falta de informação aos passageiros, overbooking, atrasos e cancelamentos de viagens, extravio e violação de bagagens.

Os postos atendem causas de competência estadual e federal e funcionam de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h.

Fonte: Terra

Acidente em avião afeta pouso da seleção equatoriana

Um avião de carga da companhia colombiana Suramericanas teve um dos pneus do trem de pouso estourado, em um acidente sem vítimas ocorrido nesta quinta-feira, no Equador. O acidente afetou o pouso da seleção equatoriana na capital do país. A informação é da Agência Ansa.

A direção do aeroporto internacional Mariscal Sucre, de Quito, onde aconteceu o acidente, informou que o aeroporto foi fechado após o acidente "devido a imprevistos que surgiram durante a troca do pneu danificado".

Também foi feita a descarga da aeronave, para que essa fosse levada até sua plataforma.

Devido à interdição do aeroporto, o avião que transportava a seleção equatoriana de futebol vinda do Brasil não pôde aterrissar em Quito.

Fonte: Terra

Após 35 anos, sobrevivente dos Andes fala

Sobreviventes da tragédia nos destroços do avião

Fernando Parrado, o Nando, passou três dias inconsciente antes de despertar e descobrir que o avião que levava sua equipe de rúgbi para jogar um amistoso no Chile havia caído, em meio à cordilheira dos Andes.

A queda aconteceu no dia 13 de outubro de 1972. Quando ele acordou descobriu, além de tudo, que sua mãe, Eugenia, estava morta, e que sua irmã, Susana, agonizava. Recuperou-se, e permaneceu junto a ela até vê-la partir para o outro mundo.

As duas parentes de Parrado não foram as únicas vítimas. Os sobreviventes, a mais de quatro mil metros acima do nível do mar, estavam rodeados de cadáveres, não tinham o que comer e nem como se abrigar. O verão estava se aproximando. Mas, na montanha, a temperatura não variava muito, ficava sempre perto dos 30 graus negativos.

Tampouco sabiam como se comunicar e chamar a atenção das equipes de resgate; precisavam de instrumentos até para se proteger das avalanches, uma das quais, a pio das que viriam a sofrer, tirou a vida de várias outras pessoas. Só restaram os 16 que ainda podem contar a história.

Suportaram, nestas condições, 72 dias, até 22 de dezembro, quando um tropeiro chileno avistou duas figuras esqueléticas à beira de um rio de montanha: eram Roberto Canessa e Parrado, que - à luz de um final anunciado - decidiram apostar tudo e se lançaram em busca de ajuda em uma jornada quase suicida, que durou dez dias e culminou com o resgate de ambos.

Esses 10 dias se transformaram em lenda, milagre etc., mas, passado tanto tempo, nem mesmo os protagonistas daquela longa caminhada conseguem explicar de que forma conseguiram se orientar em meio aos campos nevados da inóspita e invencível cordilheira.

Parrado, uma semana depois do acidente que o lançou às trevas, descobriu que as buscas pelo avião desaparecido haviam sido suspensas, que eles haviam sido dados como perdidos e que não contavam mais para o mundo.

Em meio a essa história, Parrado atraiu a curiosidade internacional, talvez por sua decisão irrecorrível de enfrentar a adversidade, desafiar o frio e encontrar a salvação. Sua boa forma de jogador de rúgbi e sua juventude o ajudaram, mas a situação que viveu seria extrema para qualquer pessoa.

Ele sempre usou o termo sorte para descrever o que aconteceu. A palavra milagre remete à religião católica, praticada pelos uruguaios. Mas, no caso de Parrado, mais que a fé foi a força física que permitiu que ele encontrasse a salvação, e com isso salvasse os companheiros.

Ele já declarou em mais de uma entrevista que "no meu caso, creio que o rúgbi influiu mais que a formação religiosa". Talvez ele também encontre dificuldades para reconhecer um lado místico em sua experiência, dada a ira contida que a perda de duas das pessoas que mais amava ainda provoca.

Parrado vive em Montevidéu, Uruguai, com a mulher Veronique e as filhas Verónica e María Cecilia. É empresário, produtor de televisão e faz palestras sobre sua experiência e sobre formas de enfrentar os contratempos.

Escreveu, em colaboração com o jornalista norte-americano Vince Rause, o livro "Milagro em los Andes".

Esta é a conversa que ele manteve com Terra Magazine horas antes de embarcar em um avião, com destino desconhecido, e disposto a não se colocar mais à disposição quando o jornalismo exige que se pronuncie sobre dias que o marcarão para sempre.

Terra Magazine - O senhor prefere dar poucas ou nenhuma entrevista...

Parrado - Sim, confesso que não tenho grande simpatia pelos jornalistas. O jornalismo, com exceções, é profissão de carniceiros. Além disso, o que eu tinha a dizer sobre o assunto, disse em meu livro.

Mas é que houve muito sensacionalismo sobre vocês.

É verdade. Mas esse sensacionalismo de que você fala em minha opinião é a essência do jornalismo. E esta foi uma experiência muito limítrofe para que desejemos nos submeter a esse tipo de assédio.

Por que o senhor decidiu escrever o livro?

Entre outras coisas, para deixar de dar entrevistas.

Na noite antes de se decidir que partiria em sua expedição final, Parrado disse que, se chegou a dormir por algum tempo, foram não mais que alguns poucos minutos de sono intermitente.

"Na noite anterior coloquei roupa adequada para a montanha, uma camiseta de algodão, calças de lã, umas calças de mulher. E três jeans. Estava tão magro que tudo me servia. Quatro pares de meias, todas cobertas com sacos de supermercado. Um gorro de lã na cabeça; eu tinha uma sensação de claridade fantástica. Suponho que tenha sido por ter tomado uma decisão, e sentir que ela era irrevogável. Não dava para voltar atrás. Pensava em meu pai, na dor de meu pai, e a minha vista ficava mais clara. Havia feito algumas viagens exploratórias, mas essa era a definitiva. Todos pareciam sentir isso. Eu também. Mas já era um fato. Era uma decisão. Estava deixando o grupo. Algo me dizia que ia voltar a vê-los. Mas era hora de partir. Meu pai sempre foi uma pessoa prática. Creio que herdei isso dele. As coisas que se deve fazer, e que se pode fazer, devem ser feitas. E ali não havia mais opção. E era necessário que nos apressássemos. Queria que a partida fosse a mais rápida possível; a única coisa que se consegue quando a gente fica enrolando é voltar atrás em nossas decisões".

Canessa também estava bem decidido?

Sim, tanto quanto eu.

Há um momento do livro que parece revelador: "A premente necessidade que me impulsionava a caminhar para o oeste era a mesma que levaria alguém a pular de um edifício em chamas. Com que lógica você sabe que chegou o momento de saltar para o vazio? Naquela manhã, eu soube a resposta. Sorri para Carlitos (Páez Vilaró) e depois me virei antes que ele pudesse ver a angústia em meus olhos. Meu olhar se fixou por um longo momento no montículo de neve amolecida que marcava o lugar em que minha mãe e minha irmã estavam enterradas".

Aquele momento... Aquele momento foi decisivo. Eu o simplifico. No tempo posterior à morte de Susana e de mamãe, reprimi todo o impulso emocional. "Se eu morrer", lembro de ter pensado, "meu pai nunca saberá como a consolei e como lhe dei calor, e o quão tranqüila parecia em sua tumba de gelo".

A partir daquele momento, tudo foi vertigem. Dez dias no limbo ou no inferno. Dois alpinistas debilitados, estressados e consumidos pela angústia, a mais de três mil metros de altura e sem equipamentos, a uma temperatura devastadora.

Meus batimentos cardíacos dispararam, o sangue ficou espesso, a freqüência respiratória se acelerou até a hiperventilação e a umidade que eu perdia ao expulsar o ar me desidratava. Estávamos com sede, o tempo todo. Não havia gelo que a saciasse.

Essa era a situação quando começou a parte mais escura e incerta da viagem. Privados de orientação segura, tudo se reduzia a escalar e viver, ou tropeçar e morrer.

Jamais estive tão concentrado. A minha mente, minha cabeça, nunca mais voltou a experimentar uma conexão tão íntima com minha animalidade. Não sei como dizer isso. Mas me esqueci de mim mesmo. Eu não era eu. Eu era minha família e todos os amigos que esperavam. Perdi o medo (estava aterrorizado). Perdi o cansaço (estava esgotado). Era um desejo, um desejo de escalar, atravessar a montanha, descer a planície. Foi um momento único, inesquecível. Se tenho que pensar em Deus, Deus me invadiu naquele momento. Estava vivo, mas vivo de verdade, a vida fluía. E eu esperava. Só alguns dias depois nos sentimos arrasados.

Isso aconteceu quando enviaram o terceiro acompanhante de volta ao avião, ficaram com sua comida e apostaram forte no rumo oeste, o mesmo que insistiram o amigo que voltaria memorizasse. Seguiam uma intuição, e uma vaga sombra de que abaixo se abria um vale. Mas sim, lá se abria o vale, um rio, algumas vacas e finalmente, ao longe, um camponês, um tropeiro que na manhã do décimo dia, os colocou em contato com o resto do mundo.

Com Roberto, anos depois, tentamos refazer aquele caminho de volta, do lugar onde nos encontraram até o avião, com todos os requisitos de segurança exigidos para um percurso naquele terreno e naquelas condições, descansados, alimentados e equipados. Ainda assim, foi impossível. Não pudemos. Estávamos sendo acompanhados por uma equipe de apoio. Ela nos recolheu e nos colocou em um helicóptero. Não sei como fizemos. Dessa vez me lembro que chorei sem parar. De uma vez, tudo escureceu e clareou. Mas nunca pude explicar como fizemos, então, para chegar ao nosso destino.

Festa: Terra Magazine

Comandante da Aeronáutica: frota está sucateada

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, disse nesta quarta-feira, em depoimento reservado à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, que a frota de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) está sucateada. Segundo ele, das 719 aeronaves existentes, apenas 267 têm condições de voar.

O brigadeiro disse que 220 aeronaves se encontram no parque de manutenção da Aeronáutica e outras 232 não podem voar por falta de peças. Saito disse ainda que o plano de revitalização de equipamentos da FAB está atrasado.

Redação Terra

Varig lança promoção para clientes Smiles

O cliente Smiles da Varig com saldo superior a 25 mil milhas pode emitir um bilhete de ida e volta em classe econômica, pagando somente US$ 300, para vôos no período de 29 de outubro a 15 de dezembro de 2007. A ação faz parte da promoção Smiles e Money para a inaugurar a rota para a capital inglesa.

Os bilhetes podem ser emitidos em uma loja da companhia ou por meio da Central de Atendimento Smiles, no Brasil pelos telefones 4003-7001 ou 4003-7007, de segunda a sexta, das 8h às 20h e no Reino Unido pelo número +44 207 660 0283, de segunda a sexta, das 9h às 19h.

Fonte: Invertia

Avião vindo dos EUA arremete no aeroporto de Guarulhos

Uma aeronave que fazia o vôo 963 da companhia aérea American Airlines arremeteu nesta quarta-feira ao tentar pousar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O avião havia decolado de Dallas, nos Estados Unidos.

Segundo a empresa, a luz que indica a ativação do trem de pouso da aeronave não acendeu e, como medida de segurança, o piloto decidiu fazer uma nova checagem no sistema.

A administradora Aparecida Gonzales, que estava no vôo, afirmou que não houve tumulto no avião e que o pouso foi tranqüilo.

Fonte: rádio Jovem Pan

Avião com cocaína é apreendido no interior de SP

Foto: reprodução da TV Globo

Um avião carregado de cocaína foi apreendido na tarde desta quarta-feira pelo Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc) no aeroporto do município de Guararapes, na região de Araçatuba, no interior de São Paulo. Quatro ocupantes - dois brasileiros, um paraguaio e um colombiano - foram presos.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o piloto José Alcir Batista, o co-piloto Luís Augusto Barros, o paraguaio Carlos Campuzana Diaz e o colombiano Theo Castilhos Cortez aterrissaram no aeroporto por volta das 17h. A aeronave - modelo Cesna 210 - está avaliada em US$ 130 mil.

Segundo informações preliminares, o avião partiu carregado de cocaína de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e teria viajado quase sete horas até chegar no interior paulista.

No aeroporto de Guararapes, investigadores da Divisão de Inteligência e Apoio Policial (Diap) do Denarc aguardavam, há três dias, a chegada da aeronave suspeita.

O delegado Everardo Tanganelli Júnior disse que a aeronave, a droga aprendida e os quatro presos serão levados para a capital paulista. "Vamos trazer a droga e os presos para São Paulo até a sede do Denarc onde teremos mais detalhes da operação, como a quantidade de droga apreendida", disse.

Fonte: Terra